quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Contagem regressiva. Dentro de poucas horas estaremos entrando em 2009. Um ano novinho em folha pra nós reescrevermos nossas histórias, mudarmos algumas coisas, ajustarmos outras, traçarmos novos objetivos. E eu adoro traçar metas para o ano novo que se inicia. rsrs Todo ano tenho esse ritual. Traço metas e ao final do ano vejo se elas foram alcançadas ou não. E não é q dá muito certo! rsrs O saldo é sempre positivo. E o q fazer com as metas q não foram alcaçadas? Simplesmente, elas se tornam novamente alvos a serem alcaçados no ano q se incia. Durante muito tempo meus objetivos se resumiam em coisas q gostaria de adquirir, como por exemplo: trocar de carro, comprar móveis novos, adquirir isso ou aquilo, sonhos de consumo. Não sei se estou ficando velha (não, não estou ficando velha, experiente rsrs), mas hj quero ser apenas uma pessoa melhor, em todas as áreas. Não pelos outros, mas por mim mesma. Quero me aborrecer menos, ser mais tolerante, mais compreensiva, menos exigente, menos ansiosa, mais amorosa, mais paciente, mais dependente de Deus.
Um Feliz 2009, inundado das bênçãos de Deus.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Todo mundo tem uma história de amor pela internet para contar. Mas não conta; tem vergonha. É coisa de nerd: ficar de pijamão, madrugada afora, com a pupila dilatada, em frente ao computador - teclando e se deixando teclar, por pessoas de origem desconhecida, de procedência absolutamente aleatória, de caráter imprevisível, de histórico pouco confiável. Enfim, é uma loucura. Mas os riscos são mínimos e, por isso, não há quem não tenha tentado. [Ah, só uma tentadinha, vai...]
Independentemente dos envolvidos tomarem coragem e se confessarem, Alice Sampaio escreveu um livro a respeito, intitulado Amor na Internet - Quando o virtual cai na real (Record, 2001, 348 páginas). Na verdade, Alice, jornalista, compilou mais de 15 histórias narrando as venturas e desventuras de quem se lançou nesse mar de possibilidades: os chats, os e-mails, os sites de encontro. Claro, ninguém assume nada, todos estão protegidos por pseudônimos - como é praxe na própria internet, aliás.
O livro de Alice Sampaio compila alguns casos que podem ser divididos em categorias mais ou menos estanques. Por exemplo: há aquele casal de meia idade, marcado por separações ou pela viuvez precoce, que, por insistência dos filhos (internautas), acaba se cadastrando em sites e se encontrando para toda a vida, como que por encanto. Essas pessoas têm, para com a nova mídia, atitudes extremamente conservadoras: abandonam-na tão logo se sentem seguras para se telefonar e se comunicar de outras formas, "menos impessoais" (segundo suas próprias palavras). Claro que essa categoria não busca satisfação momentânea, e sim ligações duradouras, transferindo para a internet a função do footing, do cinema, do passeio na praça, catalisadores da chamada paquera, em épocas pré-cambrianas.
Uma das mais divertidas histórias do livro é, aproposito, e a de uma garota que troca freneticamente de namorado, como troca de roupa ou sapato, num dia de festa em que não se entende com o armário. Comcom outro ra uma facilidade e uma desenvoltura invejáveis; até um pouco estranhas numa mulher (por definição e por convenção, sempre atrás de segurança, estabilidade, futuro garantido, essas coisas). Numa de suas andanças, a conquistadora topa com um sujeito cheio de negócios escusos que - diz o livro - é pago para apagar contraventores ou "procurados". A garota não se abala; afasta-se dele por precaução (mais do que por vontade) e sente sua falta até o fim do relato. Depois se envolve paz, esse de sua idade, que quer insistentemente namorar; ela não quer e invertem-se mais uma vez os papéis (homem-volúvel, mulher-centrada). São, portanto, jogos lúdicos, num estágio de total imaturidade afetiva; mas que, mesmo assim, horrorizaram o profissional que - a pedido de Alice - se põe a analisar o caso.
O fato é que, independentemente do balanço negativo, as pessoas vão continuar se lançando em blind dates, com o primeiro desconhecido simpático que for hábil no uso do vernáculo. Vão continuar se entregando sofregamente nos primeiros encontros. E vão continuar errando, se arrependendo e - quem sabe -, com sorte, acertando, porque é inevitavelmente a lógica do sexo e do amor. Se, de repente, contamos com uma "porta", que se abre da nossa casa (ou da nossa estação de trabalho), na qual podemos anonimamente penetrar (sem riscos, portanto), encontrando um monte de gente interessante (ou nem tanto), por que vamos nos negar essa possibilidade?
Eu conheço muitos casos onde deu certo, por isso continuo acreditando e hoje tenho uma turma de amigos onde eu me sinto como se fosse amigos reais, alias o que seria um amigo real??
Neste Natal tive mais presença virtual que real, nao acredito no acaso, porque seria muita pretensão de minha parte, mas os amigos e o amor virtual que tenho hoje me garante muitas felicidades, amor e risos inacretitaveis com esse grupo que foi formado "por acaso"

Garoto das Meias Vermelhas

Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas.Ele falou, com simplicidade:"no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo".Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar.Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um meninode meias vermelhas, saberia que o filho era dela.
" "Ora", disseram os garotos. "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?"O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés,talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou:"é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora".Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas."Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja,ela vai me encontrar e me levará com ela."
Muitas pessoas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique,em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração. São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios,enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais. Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores,ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue. Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura. São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas,aguardando que alguém identifique as meias vermelhas. Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita,do aniversário, da festividade especial. Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa,andam pelas ruas, sempre à espera de alguém que partiu, retorne. Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu,nem deu notícia alguma, volte ao lar. São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa,um dia, e esperam o retorno. Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
Pense nisso! O amor, sem dúvida, é lei da vida.
Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coraçãoquando abandonado por outro. E nem pode aquilatar da qualidade das reações que virão daquelesque emurchecem aos poucos, na dor da afeição incompreendida. Todos devemos respeito uns aos outros.
Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações. Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se esse não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
A maior de todas as artes é a arte de viver juntos.

O amor pode estar passando

Ninguém duvida que o amor é uma das maiores experiências da vida, E que todos podemos ter a oportunidade de o experimentar. Mas, cuidado: ele pode passar e você não perceber...
A necessidade de sobrevivência muitas vezes supera o cuidado com o afeto.Aquilo que nos causa pavor, desalento, insegurança e angústia, exatamente porque não tem uma lógica possível, tem no amor um prato cheio, pois ele é, em si mesmo, a sensação da mais pura indefinição.
Por ser de difícil compreensão e tão complexo, torna-se uma das sensações mais misteriosas da vida. Exatamente por causa disso, advém-nos a sensação de que muitas vezes o que sentimos não é amor. Não poucas vezes, passamos a duvidar desse mágico sentimento.
Na tentativa de tornar viável essa sensação, fantasiamos situações maravilhosas, mirabolantes e muitas vezes irreais...
Quando as pessoas idealizam o amor de sua vida, procuram descrever uma pessoa absoluta, com inúmeros predicados, quando não, quase perfeita e não raro, inexistente.
Ledo engano: a pessoa ideal, sem dúvida, é aquela que corresponde às expectativas de segurança e maestria na arte de comandar a ebulição existente dentro de cada um. Por isso, desnecessário é estabelecer parâmetros tão bem definidos, pois o amor, quando realmente acontece, faz com que o essencial fique invisível aos olhos e absolutamente preenchedor dos espaços mais interiores. O amadurecimento desse sentimento de amor é que vai possibilitar a continuidade da relação, pois se houver dúvida nesse sentimento, a relação não se sustentará, ficará desvalorizada e, por fim, insustentável. Não imagine você que esse sentimento tenha que ser sofisticado, heróico, exclusivo...não!
O sentimento do amor será mais verdadeiro quanto mais simples e espontâneo parecer-se com a intensidade do sorriso de uma criança.Sem dúvida, o tempo é responsável pela manutenção da relação estável, o que faz com que o conhecimento do outro possa construir o caminho que viabiliza a continuidade da vida, do afeto e, naturalmente, do fortalecimento do amor.A perda de um grande amor é sentida sem grandes extravagâncias. O verdadeiro amor não precisa de holofotes. O amor fica claro, exatamente na constatação dos pequenos cuidados que se tem pelo outro, denotando um amor inconcondicional, sem a necessidade de arroubos ou demonstrações de grande impacto. O amor é o sentimento mais nobre, ao mesmo tempo o mais singelo, muito embora exija cuidados extremos sem os quais, sem dúvida nenhuma, é fadado ao fracasso.
Por isso, toda atenção do mundo para essa fortuna que graciosamente recebemos, sem ônus algum, mas que, de tão frágil, pode-nos passar despercebido.
Atenção: o amor é surpreendente; porém, discreto.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Neoqeav

Amoo esta hitoria por isso to postando aqui, leia ate o final
Meus avós já estavam casados há mais de cinqüenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar. A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "Neoqeav" num lugar inesperado para o outro encontrar e assim quem a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente. Eles se revezavam deixando "Neoqeav" escrita por toda a casa, e assim que um a encontrava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar. Eles escreviam "Neoqeav" com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho. "Neoqeav" era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar "Neoqeav" na última folha e enrolou tudo de novo. Não havia limites para onde "Neoqeav" pudesse surgir. Pedacinhos de papel com "Neoqeav" rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam. Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros. "Neoqeav" era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília. Levou bastante tempo para eu passar a entender e gostar completamente deste jogo que eles jogavam. Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro. Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós. Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida. Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar. O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam. Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal. Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso. Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos. Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus e bençãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte. Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama. A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes. Como sempre, vovô estava com ela a cada momento. Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair. O câncer agora estava de novo atacando seu corpo. Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa. Então, o que todos nós temíamos aconteceu. Vovó partiu. "Neoqeav" foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó. Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez. Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela. Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser. Me sentindo muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento. Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava. Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando: "Mas o que Neoqeav significa?" Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você = "NEOQEAV"

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Depilação feminina

Sei que o texto e gigante, mas achei aqui na net e adorei, leia pq vale a pena
“TENTA SIM, VAI FICAR LINDO!!!”

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética. - Oi, queria marcar depilação com a Penélope. - Vai depilar o quê? - Virilha. - Normal ou cavada? Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada??? Mas já que era pra fazer, quis fazer direito. - Cavada mesmo. - Amanhã, às… Deixa eu ver…13h? - Ok. Marcado. Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava? Coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas. - Querida, pode deitar. Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte. - Quer bem cavada? - …é… é, isso. Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes. - Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda. - Ah, sim, claro. Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça). - Pode abrir as pernas. - Assim? - Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado. - Arreganhada, né? Ela riu. Que situação ! ! ! E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar….. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o SAMU. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais. - Tudo ótimo. E você? Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas. - Quer que tire dos lábios? - Não, eu quero só virilha, bigode não. - Não, querida, os lábios dela aqui ó. Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo. - Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail. - Olha, tá ficando linda essa depilação. - Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta”. Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça. - Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá? - Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada. Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir. - Vamos ficar de lado agora? - Hein? - Deitar de lado pra fazer a parte cavada. Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens. - Segura sua bunda aqui? - Hein? - Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria: - Tudo bem, Pê? - Sim… sonhei de novo com o cu de uma cliente. Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto. - Vira agora do outro lado. Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina. - Penélope, empresta um chumaço de algodão? Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente. - Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha. - Máquina de quê?! - Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol. - Dói? - Dói nada. - Tá, passa essa merda… - Baixa a calcinha, por favor. Foram dois segundos de choque extremo. “Baixe a calcinha…”. Como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável. - Prontinha. Posso passar um talco? - Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha. - Tá linda! Pode namorar muito agora. Namorar…Namorar??? Eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei anti-depilação cavada. Queria comprar o domínio www.preserveasbucetaspeludas.com.br É…. Mulher sofre!!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MANUAL DA MULHER RESOLVIDA

1. Se ele se interessou, ele liga! É isso mesmo! Quando o cara quer, não tem projeto importante, morte de tia ou trânsito maluco que o impeça de convidar você para sair.

2. Passou uma semana sem ouvir notícias dele?

Esquece, parte prá outra! Ligar para saber se está tudo bem, nem pensar! Homem perdido merece ser encontrado morto no apartamento e pelo zelador do prédio, porque os vizinhos não agüentam mais o fedor de carniça...

3. Vocês saíram e ele não ligou mais?

Foi por que você cedeu? Ou por que não cedeu? Na verdade, pouco importa. Se ele estava a fim de sexo e rolou, ótimo! Sexo é que nem pizza: bom-até-quando-é-ruim...

Mas se você não cedeu, ele provavelmente não procurou mais porque achou que ia dar muito trabalho... Ou seja, pare de se atormentar porque transou ou não!!!

4. Duas lições

Dar uma de difícil depois de uma certa idade, já era!!! Ridículo mesmo é fazer tipinho!!! E, além do mais, você vai se arrepender de ter cedido e de não ter cedido...

5. Homens comprometidos: Diga não!!!

A relação dele está em crise? Péssimo!!! Só falta oficializar o fim? Ótimo! Se ele quiser continuar infeliz, dane-se! Senão, ele termina de uma vez e, depois, procura você, combinado?

6. Ouviu aquela clássica: “Você é boa demais para mim”?

Acredite, amiga! É mesmo!!! Descarte o cidadão e pare de bancar a Madre Tereza de Calcutá!

7. Não tente

Não dá pra namorar um cara pelo qual você não tem um mínimo de admiração, só porque ele gosta de vc, não quer dizer que será ficar com alguem que você não tem o minimo de quimica!

8. Traição

Não continue com um cara que chifrou você... você não vai agüentar a onda de ser traída de novo. E olho vivo se ele já foi infiel com outras. A gente sempre acha que com a gente vai ser diferente... Esqueça!!! Nunca é!!!

9. E atenção! A fila anda!!!

Pior do que nunca achar o homem certo, é viver pra sempre com o homem errado... Não perca seu tempo com quem não vale a pena!!!

10.Nosso lema a partir de hoje

O homem que não dá assistência abre concorrência e perde a preferência!

Se você quiser reproduzir, passar adiante fique à vontade. A idéia é compartilhar o Manual da Mulher Resolvida com o maior número possível de mulheres resolvidas e homens não resolvidos...